Neste mês de dezembro, Edison da Paz Cunha, um dos fundadores da Academia Piauiense de Letras, se vivo fosse, completaria cem anos de idade.
Nasceu em Teresina, a 15 de dezembro de 1881. Pais: Higino Cunha e Corina da Paz Cunha. Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife (1912). Oficial de gabinete do governador Eurípedes de Aguiar. Diretor da Imprensa Oficial. Promotor Público. Em Parnaíba, onde passou a residir e faleceu em 1973, tornou-se notável advogado e mestre acatado da juventude.
Jornalista, jurista e conferencista. Escreveu ele sobre a própria personalidade: "Prosador e conferencista para estudantes, em estilo didático, adquirido no longo exercício do magistério. Não é poeta, mas nas horas vagas, faz versos quase maus, como diria o senhor Esmaragdo de Freitas".
Deixou os seguintes trabalhos: "Vozes Imortais" (crítica sobre membros da Academia Piauiense de Letras, vivos e mortos), "Correspondência para você", "Discurso na abertura do ano letivo do Ginásio Parnaibano" (1935) e "Razões Finais", em colaboração (estudo jurídico).
Sucedendo a Edison Cunha na Casa de Lucídio Freitas, o escritor J. Miguel de Matos definiu-lhe, como de grandeza a atividade intelectual e literária - versátil e poderosa de jornalista, de escritor, de advogado, de filósofo e de poeta.
A respeito de "Vozes Imortais" (Crestomatia da Academia Piauiense de Letras) escreveu Martins Napoleão: "Nesse trabalho de compilação e crítica, e inteligência vivacíssima do senhor Edison Cunha, sempre ao melhor serviço da Literatura, do Magistério e da Advocacia, resume exemplares de vinte e cinco anos de atividade intelectual dos titulares da APL, contribuindo, assim, e com esforço digno de louvor e estímulo, a comemorar o cumprimento do primeiro quarto de século de sua fundação, ocorrido em 30 de dezembro de 1942".
"Título e subtítulo da obra, em que se estão a trair, de uma vez, o beletrista, o professor e o advogado, bem cedo lhe revelam a intenção e objetivos: naquele - a capacidade de admirar, que distingue o homem de talento, cultuando a memória dos companheiros, através de suas produções escolhidas; nesse - a preocupação de ser útil aos outros homens, tão evidente no sentido da palavra crestomatia".
E adiante:
"O senhor Edison Cunha andou bem avisado em não querer cifrar-se a simples nótulas biográficas dos nossos acadêmicos, seguindo Humberto de Campos em relação aos seus ilustres consórcios: aduziu apreciações críticas que, sucintas e nervosas, ganham em intensidade, em interesse e em brilho, verdadeiros retratos em traços esquemáticos, vivos e impressionantes".
A. Tito Filho, 03/01/1992, Jornal O Dia
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