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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

OS CEM ANOS

Neste mês de dezembro, Edison da Paz Cunha, um dos fundadores da Academia Piauiense de Letras, se vivo fosse, completaria cem anos de idade.

Nasceu em Teresina, a 15 de dezembro de 1881. Pais: Higino Cunha e Corina da Paz Cunha. Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife (1912). Oficial de gabinete do governador Eurípedes de Aguiar. Diretor da Imprensa Oficial. Promotor Público. Em Parnaíba, onde passou a residir e faleceu em 1973, tornou-se notável advogado e mestre acatado da juventude.

Jornalista, jurista e conferencista. Escreveu ele sobre a própria personalidade: "Prosador e conferencista para estudantes, em estilo didático, adquirido no longo exercício do magistério. Não é poeta, mas nas horas vagas, faz versos quase maus, como diria o senhor Esmaragdo de Freitas".

Deixou os seguintes trabalhos: "Vozes Imortais" (crítica sobre membros da Academia Piauiense de Letras, vivos e mortos), "Correspondência para você", "Discurso na abertura do ano letivo do Ginásio Parnaibano" (1935) e "Razões Finais", em colaboração (estudo jurídico).

Sucedendo a Edison Cunha na Casa de Lucídio Freitas, o escritor J. Miguel de Matos definiu-lhe, como de grandeza a atividade intelectual e literária - versátil e poderosa de jornalista, de escritor, de advogado, de filósofo e de poeta.

A respeito de "Vozes Imortais" (Crestomatia da Academia Piauiense de Letras) escreveu Martins Napoleão: "Nesse trabalho de compilação e crítica, e inteligência vivacíssima do senhor Edison Cunha, sempre ao melhor serviço da Literatura, do Magistério e da Advocacia, resume exemplares de vinte e cinco anos de atividade intelectual dos titulares da APL, contribuindo, assim, e com esforço digno de louvor e estímulo, a comemorar o cumprimento do primeiro quarto de século de sua fundação, ocorrido em 30 de dezembro de 1942".

"Título e subtítulo da obra, em que se estão a trair, de uma vez, o beletrista, o professor e o advogado, bem cedo lhe revelam a intenção e objetivos: naquele - a capacidade de admirar, que distingue o homem de talento, cultuando a memória dos companheiros, através de suas produções escolhidas; nesse - a preocupação de ser útil aos outros homens, tão evidente no sentido da palavra crestomatia".

E adiante:

"O senhor Edison Cunha andou bem avisado em não querer cifrar-se a simples nótulas biográficas dos nossos acadêmicos, seguindo Humberto de Campos em relação aos seus ilustres consórcios: aduziu apreciações críticas que, sucintas e nervosas, ganham em intensidade, em interesse e em brilho, verdadeiros retratos em traços esquemáticos, vivos e impressionantes".


A. Tito Filho, 03/01/1992, Jornal O Dia

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